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quarta-feira, 18 de setembro de 2013

Construindo conceitos: pobreza

Estávamos no sinal quando um rapaz deixou um saco de balas no nosso retrovisor.
"Mãe, porque ele botou essa bala no nosso carro?"
"Pra ver se a gente quer comprar."
"Uai, porque ele vende bala na rua?"
"Deve ser pra pagar a comida dele."
"Ele é pobre?"
"É, sim, filha."
"Mas... ele tem roupa!"
"Ué, pobre tem roupa, filha..."
"Mas, não era pra ser rasgadinha?"
"Não, filha... ele trabalha para comprar roupas que não sejam rasgadinhas. Ou, talvez, ele tenha ganho de alguém."
"Tem uns pobres que ficam com roupa rasgadinha, sentados, com um chapéu do lado deles, para as pessoas jogarem moedinhas, né?"
"Tem sim, filha, são mendigos. Eles pedem esmola."
"E porque eles fazem isso?"
"Porque não tiveram chance de estudar para aprender a fazer outra coisa. Ou até porque não conseguiram um emprego."
"Uai, eles podiam PELO MENOS vender bala no sinal, né?"

Lógica irrefutável!

Um comentário:

  1. Concordo plenamente com a lógica dela. Sempre me lembro de um rapaz cego que vendia bala e chocolate no ônibus. Todo dia ele estava lá. E não era um saquinho de bala mixuruca, não. Ele carregava uma bandejona daquelas de baleiro de cinema antigo. Passava o dia entrando e saindo de ônibus. A gente comprava feliz, e não com pena!

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