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sábado, 8 de outubro de 2011

O filho da vizinha

Antes da Alice nascer, eu tinha uma vizinha com um bebê que chorava o dia inteiro e a noite inteira... era de amargar. E o quarto da criatura tinha uma janela para uma daquelas ventilações internas de prédio, tipicamente carioca. Basicamente, a criança chorava e nós ficávamos acordados amargando o choro. Eu nunca reclamei com os pais, é lógico, mas tive impulsos de processar, de reclamar no condomínio, ou o que fosse... fiquei no impulso...
E então Alice nasceu. Ela não era um bebê chorão. Pelo contrário, chorava pouquíssimo, mas quando chorava era de se ouvir no raio de 10 quarteirões. E eu só pensava na vizinha, e em como devia ter vizinho que me odiava só pelos berros da minha pequena!
E então me mudei para um apartamento sem ventilações internas. Uma beleza. Cheio de idosos. Um silêncio sensacional.
E um dia se mudou para cá um casal com filhos. O menino, uma espoleta, malcriado de dar dó. Grita uiva e faz o prédio inteiro participar de suas birras. E, dessa vez, cada vez que ouço, me compadeço e sinto o impulso de sair correndo e dar um abraço solidário nos pais, porque sei que não tenho santa em casa e que, por mais que minha filha não seja de dar escândalos todo dia, quando dá, é de vender ingresso!
E isso é uma das coisas mais importantes que a maternidade me ensinou: tudo é relativo nesse mundo, até os gritos do filho da vizinha!

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