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segunda-feira, 23 de maio de 2011

Vida pós maternidade

Tem gente que me critica por eu não não ser mais boêmia como eu era. Tem gente que me critica por eu não pegar minhas malas e viajar, deixando minha filha com a avó por uns dias. Tem gente que acha que depois que virei mãe, deixei de ter vida. Engana-se quem acha isso. Nunca tive tanta vida!
Realmente, antes de ter minha filha, eu era figurinha fácil nas noites cariocas. Conhecia um mundo de gente e podia sair sozinha que eu sempre encontrava gente conhecida ou, na falta dessas, conhecia genet nova. Eu era uma "borboleta social". Era divertido, MUITO divertido, não posso negar. Precisei viver tudo o que vivi para viver o que vivo hoje, em paz.
Eu adorava viajar. Tudo era desculpa para pegar as malas e cair no mundo. Já fiz loucuras, como pegar uma mala e me mandar por um mês, sem me preocupar com nada que eu tivesse deixado em casa. Era ótimo. Era absolutamente "livre".
Um dia minha filha nasceu e eu optei por não ter babá. Optei por tomar conta dela e só dela. Meu casamento mudou, minha vida virou outra.
Não deixei de ser mulher, muito pelo contrário, me sinto muito mais mulher hoje. Quando penso no antes, eu era uma menina e só.
Não saio mais para bares, é raro, muito raro. Não sinto a menor falta. Prefiro ir na casa de amigos, mesmo que de dia, trocar idéias, bater papo furado. Ou chamar amigos para a minha casa. Não encaro filas, a comida é gostosa, a bebida é livre e independe de um garçom.
As vezes rola uma festinha na casa de alguém, um aniversário. É delicioso. Deixo Alice com vovó e vou. Me divirto e, no dia seguinte, quando acordo, já estou com pressa para ir buscar a baixinha, porque me deu saudade!
Até hoje, desde que Alice nasceu, só viajei sem ela duas vezes, uma vez por uma noite, outra por duas. Foi bom, lógico, mas tudo me lembrava ela.
Ontem fui ao show do Paul McCartney. Dancei, pulei, gritei, cantei e, volta e meia me pegava pensando: "A Alice AMA essa música", "nossa, ela ficaria LOUCA com aquele trocinho que pisca", e aí mesmo é que eu me divertia mais ainda.
Hoje em dia, estar longe dela só é bom porque sei que logo estarei com ela, e ela vai me contar tantas novidades, e eu vou poder sentir o cheirinho dela pertinho de mim, e tudo vai fazer sentido, até o estar longe.
Muita gente vai falar que "mas você e seu marido PRECISAM ter um tempo só de vocês, não dá pra viver em função de filho". E eu sempre vou responder que eu e ele temos muito tempo só para nós dois, mesmo do lado dela, e, depois que os temos, o que não dá é para viver além dos filhos. Eles dão sentido a tudo que fazemos, justificam todas as nossas loucuras, nos dão um sentido de quem nós somos e nos dão razão para continuarmos sendo quem somos ou para mudar uma ou outra coisa em nós.
A verdade é que sem a Alice, a vida não faz mais sentido. Talvez, quando ela estiver mais velha, menos dependente, eu ache graça no estar sem ela... mas, sinceramente, não acredito nisso. Acho que vai mudar a forma como eu estou com ela, mas ela sempre vai estar comigo, em tudo que eu faço e tudo o que eu penso.
E, tive muita sorte, porque sei que meu marido pensa exatamente como eu e talvez seja isso, justamente isso, que nos trás tanta felicidade em nosso casamento, temos uma coisinha em comum que nos amarra e nos faz viver, em comum.

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