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sexta-feira, 26 de março de 2010

Aprendendo as cores

Desde um ano que Alice já era capaz de nomear algumas cores... com 1 ano e meio era capaz de identificar grande parte delas. Ela conseguia, inclusive, já identificar as matizes, as sombras e os tons das cores como sendo originárias daquela cor... portanto, quando via o azul claro ou escuro, anunciava que era azul, sem dificuldade aparente.
Agora Alice entrou na escola e lá, no ano do maternal I, trabalham 4 cores com os pequenos, sendo elas as mais básicas (não vou dizer que são as primárias porque essas são apenas 3 e eles trabalharam 4 delas. Chamo de básicas porque são as 4 cores, digamos, mais simples.): vermelho, azul, verde e amarelo.
Pois eis que uma coisa muito curiosa chamou minha atenção. Em todas as cores, Alice é capaz de identificar matizes (o clareamento com o branco - tais como o azul claro, o verde claro, o amarelo claro) e as sombas (o escurecimento com o preto - tais como azul escuro, verde escuro e amarelo 'escuro'- que nós adultos preferimos chamar de algo como mostarda). No entanto, o vermelho parece não ter essas nuances, portanto, o vermelho claro logo é chamado, por todos, de rosa, e o vermelho escuro, dependendo de quão escuro é, pode ser chamado de marrom. Mas não pela Alice.
Alice conhece o rosa, se eu peço para ela pegar a boneca de vestido rosa, ela vai certeira na dita cuja. Conhece também o marrom, fato que identifico da mesma forma que o rosa. Mas, se eu pego uma coisa rosa e pergunto a ela que cor é aquela, ela é rápida em afirmar que é vermelho. Se insisto e digo que é rosa, ela é categórica em dizer que é VERMELHO! Quando digo que sim, é um vermelho claro, que nós chamamos de rosa, ela me corrige e finca o pé no vermelho! O mesmo ocorre com o marrom, que ela não aceita chamar de marrom, e insiste em chamá-lo de vermelho.
Isso me deixou cabreira, e, como trabalho muito com a questão da cor no meu scrapbooking, passei alguns minutos olhando a roda de cores e tentando entender a lógica da baixinha. E, finalmente me veio uma luz. Ela tem razão em chamar essas duas cores de vermelho. Afinal, é o que elas são. E o que é, realmente, sem lógica nenhuma é nós insistirmos em dizer que o azul claro é azul claro, ou azul bebê, azul cerúleo, ou o que preferir chamar. Já o escuro chamamos de azul petróleo, azul marinho ou seja lá como preferir... mas, é fato que o AZUL sempre permanece no nome! O mesmo ocorre com o verde, que vai do verde claro ao verde floresta, sempre com o nome verde presente! Então, porque diabos temos que insistir que o vermelho claro não tenha o vermelho no nome? Porque temos que travestí-lo em rosa?
E assim, minha mente preocupada de mãe que, por um tempo se preocupou com o fato de que sua filha tinha dificuldades na identificação de cores, se tranquilizou ao perceber que ela percebe sim, apenas tem a sensibilidade de perceber que o rosa e o marrom nada mais são do que diferentes vermelhos.

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